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A Trilha da Educação Patrimonial: Sítio Arqueológico Bisnau em Formosa – GO

O Projeto de Intervenção A Trilha da Educação Patrimonial: Sítio Arqueológico Bisnau em Formosa – GO teve como objetivo desenvolver ações educativas no contexto da proteção, valorização e preservação do patrimônio cultural do Sítio Arqueológico do Bisnau, localizado no município de Formosa – GO. Tendo em vista que o patrimônio cultural facilita a comunicação e a interação com as questões relativas à cultura, o pleno exercício dos direitos culturais prevê ações que promovam a preservação da memória, proteção, valorização e preservação da identidade cultural de um povo. Desta forma, procurou conhecer, identificar e catalogar as pinturas rupestres (inscrições) como bens culturais formosenses; promover a educação patrimonial; motivar as crianças, os adolescentes e os adultos no processo ativo ao conhecimento, pela apropriação, proteção, conservação e a valorização da herança cultural; interagir nas escolas, universidades, espaços culturais e museus. A intervenção foi realizada no ensino de arte da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva, em Formosa – GO e buscou relacionar a arte rupestre com a arte contemporânea, dialogando com os elementos visuais (ponto, linha, reta, forma), interagindo com as inscrições rupestres do Sítio Arqueológico Bisnau, com o grafite e a pichação existente nos espaços públicos do município citado e o Distrito Federal.

Palavras-chave: Educação Patrimonial. Arte Rupestre. Grafite. Arte Contemporânea.

Aluno: Gêisson Esteves de Alcântara

Polo: Alto Paraíso

Orientadora Acadêmica: Maria de Fátima França Rosa

Coordenadora de orientação: Ivanilda Aparecida Andrade Junqueira

Anexos

Imagem 15 - Fotografias - Exposição de fotos na Escola Walda de Miranda de Paiva. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 16 - Fotografias - Exposição de fotos na Escola Walda de Miranda de Paiva. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 17 - Fotografias - Grafite / Arte Pública em Sobradinho - DF. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 18 - Fotografias - Pichação/Vandalismo em Formosa - GO. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 19 - Fotografias - Exposição das fotos no Pátio da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva em Formosa – GO. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 20 - Fotografias - Exposição das fotos no Pátio da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva em Formosa – GO. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 21 - Fotografias - Exposição das fotos no Pátio da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva em Formosa – GO. Fonte: Gêisson Esteves de Alcântara
Imagem 22 - Fotografias - A página do site A trilha Educação Patrimonial. Fonte: Site criado pelo cursista
Imagem 23 - Fotografias - A página do link do site A trilha Educação Patrimonial. Fonte: Site criado pelo cursista

1. INTRODUÇÃO

A Trilha da Educação Patrimonial: Sítio Arqueológico Bisnau em Formosa – GO teve como objetivo desenvolver ações educativas no contexto da proteção, valorização e preservação do patrimônio cultural do Sítio Arqueológico do Bisnau, localizado no município de Formosa – GO. Tendo em vista que o patrimônio cultural facilita a comunicação e a interação com as questões relativas à cultura, o pleno exercício dos direitos culturais prevê ações que promovam a preservação da memória, proteção, valorização e preservação da identidade cultural de um povo.

O objeto deste projeto de intervenção foi o Sítio Arqueológico do Bisnau, considerado um patrimônio cultural e memorial do povo formosense. Ele está localizado no município de Formosa – GO, depois do Distrito do Bezerra - a entrada de referência é a Pamonharia Bisnau. Ao deixar a rodovia, segue-se de carro por uma trilha de terra, distante cerca de 5 km até a pedra. Este local é de propriedade particular.

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Segundo informativo da Secretaria de Turismo de Formosa-GO, o Sítio Arqueológico do Bisnau trata-se de um lajedo com cerca de 2.600 m2 de rocha sedimentar de arenito, pouco inclinada, com inscrições rupestres em baixo relevo, petróglifos (gravuras na pedra) que, segundo estudos, têm datação entre 11.000 e 4.500 anos. Localiza-se a 54 km de Formosa, seguindo pela BR-020, asfaltada e sinalizada. É muito visitado por estudantes e pesquisadores para informações científicas.

Conforme Horta (1999, p.32), o Sítio Arqueológico é um lugar onde se encontram vestígios da vida e da cultura material dos povos do passado. Entretanto, com base no objeto desta intervenção, pressupõe-se que grande parte da comunidade e o público em geral desconhece o valor do lugar enquanto um bem patrimonial. Não estão cientes da importância de preservá-lo para as futuras gerações; isto sem falar nos fenômenos da natureza, chuvas, vegetações, animais que também contribuem para essa destruição.

A Trilha da Educação Patrimonial objetivou promover a interação entre a comunidade local, visitantes, instituições governamentais e não governamentais, universidades, escolas, educadores, alunos, pesquisadores e a sociedade em geral, possibilitando a promoção da educação patrimonial, visando o conhecimento e a valorização desse bem patrimonial. As ações desta intervenção foram desenvolvidas por meio de estudos baseados na metodologia da pesquisa-ação no ensino de arte na escola, na comunidade, nos museus e demais espaços culturais, estabelecendo um diálogo entre a arte rupestre e a arte contemporânea do grafite, buscando, ainda, analisar as manifestações da pichação que estão associadas aos elementos visuais.

A Trilha da Educação Patrimonial buscou parcerias com os órgãos públicos municipais, estaduais, federais e o público em geral, motivando as crianças, adolescentes e os adultos no processo ativo ao conhecimento pela apropriação e valorização da herança cultural. A interação pode ocorrer nas escolas, universidades, espaços culturais e museus, buscando-se compreender os elementos visuais que estão presentes nas inscrições rupestres, no grafite, artes, arquitetura e, até mesmo, na pichação.

Ao visitar o Sítio Arqueológico foram catalogadas as inscrições rupestres por registros fotográficos. Busquei registrar o máximo de gravuras possível, mesmo aquelas que já não se consegue identificar. Dentro do espaço urbano, na cidade de Formosa-GO e Sobradinho-DF foram selecionadas dez fotografias relacionadas ao grafite e à pichação, para que os alunos pudessem identificar os elementos visuais presentes nas inscrições rupestres.

Para a promoção da educação patrimonial foi apresentada à Escola Municipal Walda Miranda de Paiva, em Formosa-GO, a proposta da Trilha da Educação Patrimonial do Sítio Arqueológico Bisnau. Após apresentação do projeto, as datas das ações educativas foram agendadas em conjunto com a equipe pedagógica para os dias 10 e 11/06/2015, nos períodos matutino e vespertino, atendendo aos alunos dos 6º a 9º anos. A escola forneceu sala de vídeo, retroprojetor, caixa de som e o pátio para exposição fotográfica.

No processo educativo realizamos a exposição fotográfica no pátio da escola, totalizando 40 fotografias de 30x40 coloridas. São 30 fotografias das inscrições rupestres e 10 abordando o grafite e a pichação. Foram confeccionados os painéis e o suporte com Tubo PVC 3/4 de papelão para fixar as devidas fotografias e dez suportes de madeira para sustentar os painéis. O projeto foi finalizado com a construção de um site com o nome “A Trilha da Educação Patrimonial” (link: http://gea-brasil.wix.com/atrilhapatrimonial.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Objetivo Geral

Desenvolver ações educativas no contexto da proteção, valorização e preservação do patrimônio cultural do Sítio Arqueológico do Bisnau, localizado em Formosa-GO, com base no registro das inscrições rupestres do local, analisadas à luz das inscrições em grafite e das pichações identificadas no espaço urbano do município, por meio da realização de uma exposição fotográfica no ambiente escolar e da criação de um site dedicado ao tema.

2.1.1. Objetivos Específicos

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Para desenvolver esse projeto de intervenção, as disciplinas estudadas durante o curso contribuíram de forma significativa, bem como os autores propostos para estudo e reflexão nas atividades, como produção de textos, fóruns de discussão, entre outras. As ideias dos autores e as propostas das disciplinas dos professores formadores foram debatidas e compartilhadas entre os orientadores acadêmicos e colegas do curso.

Na elaboração das ações educativas do projeto de intervenção, buscou-se como fundamentação teórica a Metodologia de educação patrimonial de Horta (1999, p. 6), na qual a educação patrimonial trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho educacional, centrado no patrimônio cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. A partir da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o trabalho da educação patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.

Busquei nas ideias de Silva (2003, p. 87) o reconhecimento do valor cultural dos sítios arqueológicos, subjacentes às noções de monumentos, conjuntos e lugares notáveis. “É o que se verifica pelas expressões “elementos ou estruturas de natureza arqueológica” – “Valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência” – Conjuntos – e lugares arqueológicos” lugares notáveis, e que vai ao encontro do pensamento de Horta (1999), que diz que o sítio arqueológico é um lugar onde se encontram vestígios da vida e da cultura material dos povos do passado. Estes vestígios podem estar sobre a superfície do solo - uma aldeia indígena abandonada, uma fortaleza do século XVIII, as ruínas de uma igreja - ou enterradas, como um sambaqui, por exemplo (locais à beira do mar onde se acumularam conchas, ossos, restos de alimentos e utensílios usados por grupos humanos que ali viveram).

Conforme Borges (2008, p. 111), não podemos deixar de dizer que os grafismos geométricos participavam ativamente dos códigos de linguagem visual encontrados no território brasileiro. As formas, que para nós são abstratas, tinham um significado reconhecido e aceito pelos grupos pré-históricos, tanto que muitos desses desenhos se repetem em diversos painéis, demonstrando a aceitação da representação iconográfica.

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Na minha visão de mundo, com a análise de Barbosa (2009) “Paulo Freire consagra na contemporaneidade a ideia de que ninguém aprende sozinho e ninguém ensina nada na a ninguém; aprendemos uns com os outros mediatizados pelo mundo. No século XX, o conceito de educação como ensino passa a ser minimizado para dar lugar a ideias socioconstrutivistas, que atribuem ao professor o papel de mediar as relações dos aprendizes com o mundo que devem conquistar pela cognição. A arte tem enorme importância na mediação entre os seres humanos e o mundo, apontando um papel de destaque para a arte/educação: ser a mediação entre a arte e o público”.

Para Horta (1999), a educação patrimonial é um instrumento de "alfabetização cultural" que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao reforço da autoestima dos indivíduos da cultura brasileira, compreendida como múltipla e plural.

Ao analisar o Sítio Arqueológico do Bisnau no processo educacional pode-se propor uma série de perguntas, segundo Horta (1999), no sentido de inferir como era este lugar no passado e como ele mudou. As questões que ocorrerão podem ser: Quão antigo é o lugar? Quem o construiu? Por que o construíram? Como o constituíram? Como se relaciona com outros lugares? O que aconteceu aqui? Como sabemos isto? Na base destas perguntas está a intenção de compreender a evidência física que observamos, com o intuito de conhecer mais sobre ela, sobre a vida no local e as mudanças que ocorreram, de modo a perceber sua importância ou significado no presente.

Segundo Franco (2005, p. 486), a pesquisa-ação deve partir de uma situação social concreta a modificar e, mais que isso, deve se inspirar constantemente nas transformações e nos elementos novos que surgem durante o processo e sob a influência do que se observa. No caso, do que se busca intervir. De acordo com a mesma autora FRANCO (2005, p. 487), o pesquisador deve tentar modificar a dinâmica de um grupo a partir do consentimento explícito dos seus membros. Um estudo e uma investigação que caminhe na direção da transformação de uma realidade, implicada diretamente na participação dos sujeitos que estão envolvidos no processo, cabendo ao propositor assumir os dois papeis, de pesquisador e de participante e, ainda, sinalizando para a necessária emergência dialógica da consciência dos sujeitos na direção de mudança de percepção e de comportamento.

Junqueira (2014, p. 9) acredita que a valorização do patrimônio cultural depende do quanto as comunidades conhecem sua própria história. Por isso, penso ser de grande importância que ações de educação patrimonial sejam implementadas tanto no ensino formal como no ensino não formal, pois, por meio delas será possível despertar o interesse dos membros da comunidade para a relevância dos seus bens culturais. Ainda, segundo Dias (2014, p. 4), os direitos culturais estão ligados a diversas questões que variam da criatividade e expressões artísticas em diversas formas materiais e não materiais.

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Para Ana Mae Barbosa (2012, p. 18), “só um saber consciente e informado torna possível a aprendizagem em Arte”. Nesse sentido, percebe-se nesta ação de intervenção que se pode analisar os sentidos, significados e as formas dos desenhos, elementos visuais, textos, comunicação em diversos contextos. Além disso, pode-se fazer a conexão da arte rupestre, o grafite, a pichação e a arte urbana da cidade de Formosa-GO e, dentro desta perspectiva, a interação a partir dessas artes que estão vinculados aos diversos meios de comunicação. São informações que circulam em nosso http://gea-brasil.wix.com/atrilhapatrimonial. Espaço urbano e rural. A partir deste ponto de vista, busca-se associar a escrita aos diversos suportes no campo da arte.

4. METODOLOGIA

Conforme já ressaltado, o objeto de intervenção é o Sítio Arqueológico do Bisnau, Patrimônio Cultural e Memória do Povo Formosense, localizado no município de Formosa-GO. Antes de visitar o sítio, pesquisei algumas imagens em sites de busca no Google, vídeos, artigos, blogs e informativo da Secretaria Turismo do município, que traz reportagens sobre a história do lugar. Ao visitar o sítio, houve estranhamento relacionado às imagens visualizadas com a realidade do local, devido a algumas modificações ocorridas nesse espaço.

Buscamos desenvolver estudos através da metodologia da pesquisa-ação no ensino de arte na escola, na comunidade, museus e espaços culturais, adaptando-a às ações de intervenção, a fim de estabelecer um diálogo entre arte rupestre e arte contemporânea: o grafismo e a pichação em análises de estudos estão associados aos elementos visuais. Para Tripp (2005, p. 445), a pesquisa-ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar o ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos. As pessoas envolvidas no Projeto de Intervenção de educação patrimonial A Trilha da Educação Patrimonial do Sítio Arqueológico do Bisnau são as instituições governamentais e não governamentais, a comunidade local, escolas, educadores, alunos, pesquisadores, e sociedade em geral. A perspectiva de desenvolver as ações educativas durante a execução do projeto possibilitaria incentivar a preservação do patrimônio cultural local pelo público visitante.

A pesquisa-ação procede na busca de alternativa ao padrão de pesquisa convencional e possibilita o diagnóstico da realidade local e a construção de estratégias para o desenvolvimento de ações educativas no ensino formal ou não formal. Segundo Franco (2005, p. 486), a pesquisa-ação deve partir de uma situação social concreta a modificar e, mais que isso, deve se inspirar constantemente nas transformações e nos elementos novos que surgem durante o processo e sob a influência da pesquisa. O pesquisador deve tentar modificar a dinâmica de um grupo a partir do consentimento explícito dos membros desse grupo.

Pode-se observar que as origens da pesquisa-ação com Lewin (1946) identificam uma investigação que caminhe na direção da transformação de uma realidade, implicada diretamente na participação dos sujeitos que estão envolvidos no processo, cabendo ao pesquisador assumir os dois papéis, de pesquisador e de participante, e ainda sinalizando para a necessária emergência dialógica da consciência dos sujeitos na direção de mudança de percepção e de comportamento. (FRANCO, 2005, p. 487).

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Ao falar da pesquisa-ação, estaríamos pressupondo uma pesquisa de transformação, participativa, caminhando para processos formativos. São quatro variedades de pesquisa-ação: a diagnóstica; a participante; a empírica; e a experimental. Neste trabalho, optei por utilizar estratégias intervencionistas com base na pesquisa-ação diagnóstica, que elabora planos de ação em uma situação social problemática, estabelece-se um diagnóstico e um planejamento para resolver os problemas.

Para Franco (2005, p. 487), percebe-se que o ciclo em espiral, bastante importante a Lewin (1946) apud Franco, que permitia readequações e alterações de rumo no processo, deixa de existir. Há várias maneiras de se considerar a “espiral cíclica”, vista como retomada em processo das ações, análises, reflexões, numa dinâmica sempre evolutiva. Kurt Lewin (1946) considerava que a pesquisa-ação é um processo de espiral que abrange três fases: 1 – Planejamento, que envolve reconhecimento da situação; 2 – Tomada de decisão; e 3 – Encontro de fatos (factfinding) sobre os resultados da ação.

O estudo teve como método a leitura e análise das referências bibliográficas, a coleta de dados, os registros fotográficos e a catalogação das inscrições existentes no sítio arqueológico.  Buscou-se, assim, relacionar os elementos visuais da arte rupestre com a produção da arte contemporânea expressos na linguagem do grafite e na pichação em locais públicos. 

A proposta da intervenção na educação patrimonial foi identificar e catalogar as inscrições rupestres existentes no Sítio Arqueológico Bisnau, objetivando proteger, preservar e conservar a memória de um povo. Buscou-se registrar, através da fotografia, as características das inscrições de desenhos líticos da pré-histórica em alto e baixo relevo no referido sítio, considerado um bem cultural do povo formosense.  A intervenção foi realizada no ensino formal na Escola Municipal Walda de Miranda, dialogando com a arte rupestre e expressões da arte de rua, identificada na linguagem do grafite, em confronto com a pichação nos espaços públicos.

5. PROCEDIMENTOS

5.1. Recursos Humanos Materiais e Financeiros

Para realizar a intervenção foram necessários recursos humanos, materiais e financeiros. Os recursos humanos englobam a comunidade da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva, da cidade de Formosa-GO, com o apoio do Diretor Eliardo Tavares da Silva. Neste projeto, as despesas foram custeadas por recursos próprios. Os recursos materiais incluem o material de consumo: revelação das fotografias 30x40; painel ou suporte para as fotografias; combustível, etc. O material permanente: computadores, carro, impressoras; câmara fotográfica, enfim, todos os materiais necessários para a realização da intervenção.

Como no planejamento do projeto não foi avaliada a necessidade de outras fontes de financiamentos coletivos junto aos comerciantes e empresas da cidade, a proposta foi buscar os custos mais baixos para execução da intervenção com o objetivo de educação patrimonial. Desta forma, visando facilitar o acesso para aquelas pessoas que não tiveram oportunidade de visitar o Sítio Arqueológico Bisnau.  O cronograma do projeto foi flexível, pois presumiu a possibilidade de alterações ou de adequações que poderiam surgir durante a elaboração e execução do mesmo.

5.2. Intervenção - Ações Educativas

Na primeira etapa foram realizadas as pesquisas bibliográficas. A segunda consistiu na visita ao Sítio Arqueológico Bisnau, no município de Formosa, catalogando as inscrições rupestres por meio de registros fotográficos. Na visita ao sítio observei a necessidade da metodologia da pesquisa-ação como embasamento teórico no projeto de intervenção, que visa a conscientização de preservação em relação ao povoado e ao público visitante.

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A terceira etapa consistiu em pesquisar as imagens em grafite e as pichações na cidade. A ideia central era analisar os elementos visuais da Arte Rupestre do Sítio Arqueológico Bisnau. Por não encontrar muitas imagens somente no município de Formosa, foi adotado como alternativa buscá-las também na cidade de Sobradinho-DF.

Na quarta etapa o primeiro contato com a direção da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva, em Formosa-GO, apresentando o projeto de parceria A Trilha da Educação Patrimonial no Sítio Arqueológico Bisnau. Após algumas conversas entre a direção e a equipe pedagógica, foi acertada a autorização para promover a educação patrimonial na escola, após assinatura do Termo de Consentimento e de Anuência pelo Diretor Eliardo Tavares da Silva, formalizando a parceria e atendendo as exigências documentais da Especialização Interdisciplinar em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania da Universidade Federal de Goiás.

Na quinta etapa foram planejadas as ações a serem desenvolvidas na escola: elaborar o roteiro de apresentação da educação patrimonial que deveriam ser exibidas na sala de vídeo. Para essa atividade, a escola disponibilizou os recursos pedagógicos: a sala de vídeo, o retroprojetor e acesso à internet. O agendamento com a equipe pedagógica foi feito para os dias 10 e 11 de junho de 2015 nos períodos matutino e vespertino.

O conteúdo programático consistiu em abordar noções conceituais sobre Patrimônio Cultural, Memória, Bens Culturais, Proteção, Preservação, Conservação, além de aspectos relacionados ao Sítio Arqueológico Bisnau e os elementos visuais (ponto, linha, reta e forma) que estão associados nas inscrições rupestres no grafite e também na pichação. Por orientação da equipe pedagógica da escola, as aulas foram ministradas na sala de vídeo, divididas por turmas, visando facilitar a organização da intervenção, pois fazer apresentação no pátio da escola com toda a turma, ao mesmo tempo, poderia gerar tumulto e perder o foco da aprendizagem.

Na sexta etapa foi elaborada a exposição, com a confecção do suporte de tubo de PVC e corte do papelão industrial para construção dos painéis. Antes de realizar a exposição, foram testados todos os equipamentos, evitando os imprevistos no dia da apresentação. A escola disponibilizou o pátio para montagem da exposição. Como não foi possível encontrar no município a locação ou empréstimo dos painéis para a exposição das fotos, a alternativa foi construir os próprios painéis com os tubos 3/4 de PVC, que são utilizados na construção civil. Foram usados papelão 2,00 x 3, 00 m2, madeira, cola, fita adesiva e cola branca. Para elaboração dos painéis, primeiro foi montado um protótipo para ver o resultado de sustentação e resistência ao vento. Depois de todos os testes de equilíbrio, foi decido o planejamento do restante.

Nos dias agendados, as aulas foram ministradas no prazo máximo de 45 minutos, que foram divididos: 25 minutos para apresentação do conteúdo e os 20 minutos restantes para participação da exposição fotográfica e identificando os elementos visuais contidos nas imagens. 

A sétima etapa realizada foi a construção do site para a divulgação das imagens e interação/ações educativas na educação patrimonial, possibilitando a reflexão das experiências da pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção, com os relatos a respeito da experiência. De acordo com a matéria publicada por Alves (2010) no Jornal Correio Braziliense, no Sítio Arqueológico do Bisnau os primeiros habitantes esculpiram símbolos em um tipo de rocha frágil, chamada de arenito. As gravuras em baixo-relevo são classificadas como petróglifos pelos cientistas (Figura 1). O sítio fica próximo ao município de Formosa, e não escapou da ação de depredação do ser humano. Ali, alguns dos poucos turistas que visitam o Bisnau não ajudam a preservá-lo. Para aumentar a visibilidade do desenho, eles riscam o baixo-relevo com giz, tinta e outras pedras. Técnica desnecessária, pois a própria natureza dá destaque à obra pré-histórica.

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Imagem 1 - Inscrições rupestres do Sitio  Arqueológico Bisnau Formosa – GO. A Trilha da Educação Patrimonial: O Sítio Arqueológico de Bisnau. Formosa-GO. 2015.  30 fotografias, color., 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 2 - ALCÂNTARA, Gêisson Esteves de. Riscos com pedras. O Sítio Arqueológico Bisnau Formosa – GO. A Trilha da Educação Patrimonial: O Sítio Arqueológico de Bisnau. Formosa-GO. 2015.  30 fotografias, color.; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 3 - Gêisson Esteves de. Riscos de giz. O Sítio Arqueológico Bisnau Formosa – GO. A Trilha da Educação Patrimonial: O Sítio Arqueológico de Bisnau. Formosa-GO. 2015. 30 fotografias, color.; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 4 - Fenômenos Químicos e Naturais. O Sítio Arqueológico Bisnau Formosa – GO. A Trilha da Educação Patrimonial: O Sítio Arqueológico de Bisnau. Formosa-GO. 2015. 30 fotografias, color.; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.

5.3.  O Grafite

O Grafite é considerado um movimento relativamente recente, nascido na década de 1970 nos Estados Unidos, sendo inicialmente considerado um ato de vandalismo pela sociedade:

No espaço urbano de Formosa-GO foram encontradas imagens relacionadas ao grafite e à pichação nos seguintes bairros: Parque Lago, Jardim Oliveira, Parque da Colina, Formosinha e a Zona Central. Ao capturar essas imagens, resolvi pesquisar outras na cidade de Sobradinho-DF. O objetivo foi encontrar diversos estilos com as condições de analisar as diferenças entre elas ou semelhança entre os elementos visuais.

Imagem 5 - Arte Pública - Bairro Parque Lago em Formosa – GO. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015.  40 fotografias, color; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 6 - Arte Pública - Bairro Parque da Colina em Formosa - GO. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015. 40 fotografias, color.; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.

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Imagem 7 - Grafite/Arte Pública - Bairro Parque da Colina em Formosa - GO. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015. 40 fotografias, color.; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 8 - Grafite / Arte Pública - Sobradinho – DF. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015. 40 fotografias, color.; 30 cm x 40 cm.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.

O grafite atualmente, segundo Blauth (2012, p. 152), já faz parte do dia a dia dos espaços urbanos, principalmente das grandes cidades do mundo, e vem sendo legitimado como uma manifestação artística que rompe com padrões estéticos de percepção e apreensão convencional da arte. Ao mesmo tempo, percebemos que está sendo discutido e inserido cada vez mais em diferentes espaços culturais, inclusive no meio acadêmico, gerando discussões entre artistas, críticos e apreciadores de arte.

Nesse estudo, refletimos sobre a passagem das intervenções marginais do grafite, uma produção oriunda das ruas, para os centros culturais. De certa maneira, embora de outra natureza, há um processo inverso, quando os artistas saem dos espaços institucionalizados para realizar suas intervenções artísticas em outros territórios.

Os nossos primórdios, os ancestrais já rabiscavam com sangue e pigmentos as paredes das cavernas a fim de revelarem ao grupo e à posteridade (involuntariamente) seus sucessos e fracassos nas caçadas, seus rituais de dança, sua religiosidade, sua maneira de viver. Para Celso Gitahy (1999), a manifestação mais antiga do grafite pode ser detectada nas pinturas rupestres, seguida dos hieróglifos egípcios, que misturam textos e imagens, passando pelos primeiros cristãos romanos, com seus símbolos inscritos em catacumbas, em cujo local reuniam-se secretamente. Podemos dizer que, desde os tempos mais remotos, o homem é um ser social e cultural, que sempre busca uma forma de se reconhecer e de se comunicar com o outro, sem utilizar necessariamente a palavra oral, podendo fazê-lo pelo gesto de pintar, desenhar, esculpir e gravar, representando suas percepções do mundo (BLAUTH, 2012, p. 152).

Para Blauth (2012, p. 159), o grafite no seu livre acesso nos segmentos sociais, espaciais, territoriais e culturais, manifestam suas insatisfações em diferentes setores, incluindo o político, ou meramente tentam agregar beleza ao ambiente no qual está inserido. Dessa forma, esses artistas procuram expressar diferentes maneiras de conviver, buscando soluções para a construção de uma vida mais humanitária, sem que isto acarrete a perda da identidade do grupo (do grafite) perante outras comunidades sociais.

5.4. A Pichação

Para Blauch (2012, p.153), a pichação é produzida de uma forma espontânea e gratuita, utilizando a palavra e a letra como meio de expressão, diferenciando-se do grafite, que utiliza procedimentos do desenho, da gravura (estêncil) e da pintura. O ato de pichar está relacionado com a escrita e com o ato de sujar, de agredir um determinado espaço com palavras escritas de maneira diferenciada, mantendo certa identificação do autor ou do grupo. Abaixo, algumas características da pichação em nossos espaços urbanos:

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Segundo Blauch (2012, p. 153), os pichadores competem pelo espaço a ser pichado, diferentemente dos grafiteiros, que respeitam as áreas já grafitadas. Procuram pichar os locais mais altos e de difícil acesso, incluindo monumentos públicos, ao contrário dos grafiteiros, cujo intuito é chamar a atenção dos transeuntes para sua produção artística. Entre as intenções dos diferentes grupos de pichadores ou mesmo de um pichador, aquele que gerar mais polêmica atinge seu auge, contrapondo-se com o objetivo dos grafiteiros de rua, que buscam outras potencialidades em relação às imagens que produzem, inclusive, buscando seu reconhecimento como arte urbana, desmistificando seu caráter marginal.

Mesmo com a pichação não sendo considerada como arte, percebe-se que os elementos visuais estão presentes: pontos, linhas, retas e formas. Ao analisar as artes rupestres, o grafite e a pichação estão associados aos elementos visuais.

Imagem 9 - Pichação em Formosa - GO. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 10 -  Pichação em Sobradinho - DF. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 11 – Escola Municipal Walda Miranda de Paiva em Formosa - GO. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 12 - Sala de Vídeo da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva em Formosa – GO. A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.
Imagem 13 - Exposição das fotos no Pátio da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva.  A Trilha da Educação Patrimonial: o Sítio Arqueológico Bisnau. 2015.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.

6. RESULTADOS

Imagem 14 -A página do site A trilha Educação Patrimonial. Disponível em <http://gea-brasil.wix.com/atrilhapatrimonial.>. Acesso 11 de agosto de 2015.
Foto: Gêisson Esteves de Alcântara.

6.1.Produto e Resultados da Intervenção

O produto esperado do projeto foi a criação do site A Trilha Educação Patrimonial do Sítio Arqueológico de Bisnau em Formosa – GO. Já os resultados esperados com esta intervenção são o resgate da memória, a proteção e a conservação do Sítio Arqueológico. As ações desenvolvidas por meio da Educação Patrimonial no município foram direcionadas às universidades, escolas, museu e arquivos municipais. A intenção deste trabalho foi direcionar para as pesquisas participativas entre os pesquisadores e estudantes.

A proposta tem como desdobramento a realização de exposições, permanentes ou itinerantes, apresentando sucessivamente os aspectos específicos da preservação e valorização do patrimônio, na busca de uma educação patrimonial constante junto à comunidade, que possibilite o conhecimento e a apropriação desse bem cultural.

O planejamento aos suportes dos painéis para fotografia obteve resultados positivos, conforme a programação estabelecida para essa exposição fotográfica. A ideia de buscar métodos e alternativas de baixo custo nas construções destes painéis.

Os resultados da intervenção A Trilha Educação Patrimonial do Sítio Arqueológico Bisnau foram satisfatórios de acordo com os objetivos propostos. A atividade contou com uma boa participação dos alunos e interação aos conteúdos propostos relacionados à Educação Patrimonial.

Ao visitar o Sítio Arqueológico Bisnau, o objetivo foi catalogar o máximo de inscrições rupestres, mesmo de algumas que não existem mais. Outro ponto positivo foi capturar boas imagens que poderão servir para a galeria do site ou de referência aos estudantes, pesquisadores, visitantes ou, até mesmo, com o intuito de  deixar os registros fotográficos como fonte de memória, valorização, proteção e conservação do sítio em Formosa - GO.

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Outro fator importante foi a parceria com a Escola Municipal Walda Miranda de Paiva, relacionada à execução da intervenção. Os meus agradecimentos ao Diretor Eliardo e à sua equipe de coordenação pedagógica, professores e funcionários pela recepção. Se não fosse o apoio e a colaboração de toda a equipe e a dinâmica de organização dos seus alunos, haveria o risco de prejudicar a qualidade de aprendizagem dos alunos.

No projeto da exposição tive a preocupação com a mobilidade para outros eventos, reduzindo os custos finais para o deslocamento do transporte e da instalação, tendo em vista a possiblidade de falta de mão de obra em situações adversas. Na elaboração do projeto já havia a preocupação de não ter mão de obra disponível no dia da intervenção, podendo, em alguns momentos, contar ou não com profissionais dentro da escola. A forma que os painéis foram projetados facilita o transporte em carro de pequeno porte, podendo ser desmontados até mesmo por uma única pessoa.

Quanto à aprendizagem dos alunos em relação à importância da Educação Patrimonial, associando os elementos visuais nas inscrições rupestres, o grafite e a pichação, percebe-se que eles conseguem identificar aspectos dos desenhos como ponto, linha, reta e forma nas imagens que estão em exposição. Além disso, tiveram informações sobre como é necessário proteger, preservar e conservar o Sítio Arqueológico do Bisnau como um bem cultural do povo formosense.

7. CONCLUSÃO

A intervenção A Trilha Educação Patrimonial no Sítio Arqueológico Bisnau proporcionou grandes descobertas, aprendizagens e conhecimentos. Tive a oportunidade de conhecer as inscrições rupestres do Bisnau e suas características geométricas. A visita ao sítio arqueológico possibilitou novas descobertas de pesquisa, motivadas através do curso em Especialização Patrimônio em Direitos Culturais e Cidadania.

No decorrer do curso, as discussões sobre Educação Patrimonial me ajudaram a conhecer e perceber a necessidade de valorização do patrimônio cultural. À medida que mergulhamos nos estudos, surgem novos horizontes e novas descobertas de aprendizagens no meio acadêmico. Para a construção do projeto foram consultados os referenciais bibliográficos. Contei ainda com a valorosa cooperação dos professores, coordenadores e orientadores para o desenvolvimento desta proposta em Educação Patrimonial. 

Ao associar os elementos da linguagem visual (ponto, linha, reta e forma) em conjunto às inscrições rupestres de baixo relevo, o grafite e a pichação, foi possível refletir que esses componentes estão presentes por meio de diversas formas de expressões. As variações ocorrem de acordo com o tipo e suporte, as técnicas, a tecnologia, a variedade de pigmentos, tintas naturais, tintas industrializadas, carvão, entre outros.

No planejamento para o projeto, foi possível perceber que podemos buscar parcerias junto aos órgãos governamentais e não governamentais, as empresas, as escolas, as universidades, as secretarias de cultura, tanto para suporte de apoio quanto para financiamentos. Porém, ainda necessitamos da articulação direta de determinados órgãos apoiadores nestas ações em Educação Patrimonial. Por isso, tomei a decisão de financiar o projeto com recursos próprios. Mesmo assim, apresentei a proposta à Secretaria de Cultura do Município e convidei a nossa Secretária para participar e prestigiar o evento, ressaltando a importância das ações de Educação Patrimonial para proteger os bens culturais da cidade. Foi conversado informalmente com a Secretária, que iria comparecer na Escola Municipal Walda Miranda de Paiva nos dias 10 e 11 de junho de 2015. Após o evento, não tive mais contato, portanto, não sei por qual motivo não houve o seu comparecimento no local da intervenção.

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Vejo que, mesmo lutando pelos nossos direitos culturais, passamos por dificuldade com apoiadores e colaboradores do poder público. São desafios que teremos que enfrentar em defesa desses direitos no local em que vivemos. Ao mesmo tempo, venho agradecer a toda a equipe da Escola Municipal Walda Miranda de Paiva pela recepção e pela cooperação nos recursos pedagógicos para promoção da intervenção em Educação Patrimonial.

Quanto à construção do site A Trilha Educação Patrimonial, foi a minha primeira experiência em produzir uma página na internet e acredito que foi um desafio conhecer as ferramentas e os recursos oferecidos para desenvolvê-lo e relacioná-lo com as ações educativas em Patrimônio Cultural. A criação do site facilita para aqueles que pretendem conhecer o Sítio Arqueológico Bisnau em Formosa - Goiás e os que ainda não conhecem as inscrições rupestres do local.

A exposição das fotos no pátio da escola atendeu as expectativas do projeto, que eram de apresentar as imagens do sítio. Quanto aos suportes das fotografias, uma das grandes preocupações era manter as fotos fixadas nos painéis. Este foi um outro desafio vencido, ao fixar e expor as fotos durante a intervenção.

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