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Matula - Hábitos Alimentares dos Povos da Chapada dos Veadeiros no Âmbito do Patrimônio Imaterial Cultural

No Estado de Goiás, entre os séculos XVIII e XIX, os hábitos alimentares constituíram-se, principalmente, pelas culturas indígena, africana e portuguesa. No nordeste goiano, na região da Chapada dos Veadeiros, as comidas eram influenciadas pelos costumes de comunidades tradicionais quilombolas, indígenas, tropeiros e viajantes em busca de ouro e cristal, bem como por romeiros seguidores de celebrações religiosas. Em interação com a natureza, também eram usados frutos típicos do Cerrado. A partir da década de 70, as transformações econômicas e os impactos ambientais ocasionados pelo agronegócio e pelo turismo propiciaram mudanças na alimentação e nos modos de fazer. Este trabalho se propõe a abordar os hábitos alimentares tradicionais da região e a relação entre a biodiversidade e a diversidade cultural, bem como os aspectos e hábitos tradicionais que ainda se conservam nas comidas dessas localidades.

Palavras chave: Hábitos Alimentares. Comida. Tradições. Biodiversidade. Cultura. Chapada dos Veadeiros. Goiás.

Aluna: Helena Oliveira da Silva

Polo: Alto Paraíso

Orientador Acadêmico: Alex Mateus Santos de Oliveira

Coordenadora de orientação: Vânia Dolores Estevam de Oliveira

Anexos

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1. INTRODUÇÃO

Conhece-se como “matula” a comida que se leva numa viagem. Nas romarias de festas religiosas das cidades do interior, os fiéis levavam sua alimentação durante o percurso. Tropeiros e peões também sempre seguiam para o campo carregando o seu farnel, e ainda hoje os trabalhadores rurais o fazem.

Na Chapada dos Veadeiros, localizada a nordeste de Goiás, habitaram e ainda habitam povos indígenas e comunidades remanescentes de Quilombo. A história de sua ocupação remonta ao ciclo de mineração, primeiramente habitada por índios Avá Canoeiro, Xacriabás e Karajás (MOURA, 2001).

Em 1961, foi criado o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, compreendendo uma extensão de 65.514 ha (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBIO). Por entre morros, vãos e cachoeiras, o lugar concentra grande biodiversidade de cerrado e abriga riquezas naturais e históricas, tornando-se área protegida.

Dentre os conhecimentos tradicionais das comunidades localizadas no entorno do Parque, destaca-se o tipo de culinária, pelo uso e manejo de frutos, plantas e sementes do cerrado, com influência das práticas dos povos índios e negros. Faz parte de sua alimentação a extração artesanal de óleos de cocos e palmeiras, como o babaçu, o buriti e o indaiá; os doces e compotas, como o doce de buriti e doce de cajuzinho do cerrado.

Tais práticas caracterizam o uso sustentável de matéria-prima do cerrado, sabedoria transmitida de geração a geração. Segundo Bertran (2000, p. 178), nos tempos de colonização, a culinária se adaptava à mesologia do cerrado, com os recursos próprios daquele ambiente.

A presente proposta refere-se aos hábitos e práticas alimentares de comunidades da Chapada dos Veadeiros, relacionando sua diversidade cultural à biodiversidade do cerrado.

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Durante os anos de 2002 a 2006, a Fundação Pró-Natureza – FUNATURA, ONG sediada em Brasília (DF), realizou diversos eventos socioambientais em localidades do entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, intitulados Encontros dos Povos. Na ocasião, tive a oportunidade de coordenar a produção dos eventos e conhecer um pouco da cultura, meio ambiente e hábitos alimentares daquele povo. Além da participação nos eventos, fui moradora da Cidade de Cavalcante e sempre frequentei a Chapada dos Veadeiros.

No pequeno portfólio fotográfico em anexo, apresentam-se algumas imagens para ilustrar o panorama dessa história.

2. DESENVOLVIMENTO

Os hábitos alimentares dos povos da Chapada dos Veadeiros se constituíram com a história e desenvolvimento do norte de Goiás, permeado por ocupações e povoamentos que envolvem, inicialmente, indígenas e quilombolas. Tais influências nos remetem a olhares e reflexões sobre os modos de vida das populações do Cerrado e sua busca pela subsistência, desde os tempos mais remotos, especialmente na região norte do Estado de Goiás.

Segundo Moura (2001, p. 24), por volta de 1730, chegaram os bandeirantes, que criaram os primeiros povoados. Com eles vieram os negros escravos, que fugiam e se escondiam nas montanhas, como o povo Kalunga, que ainda hoje resiste no território. Na localidade encontraram comunidades indígenas formadas pelas etnias Acroá, Capepuxi, Xacriabá, Xavante, Kaiapó, Karajá, Avá-Canoeiro.

A ocupação deu lugar ao surgimento das cidades. Começando em São Gabriel, segue por São João D’Aliança, chega em Alto Paraíso, adentra-se por Colinas do Sul e Nova Roma, passa por Teresina de Goiás e vai se acabar em Cavalcante. Essas cidades passaram a constituir o lugar conhecido como Chapada dos Veadeiros. Em cada um desses lugares, as tradições culturais resistem e vão se espalhando e se misturando, dando personalidade ao povo chapadeiro.

Os movimentos econômicos e sociais da época remontam ao período da mineração de ouro. Ali passaram tropeiros em busca de ouro e cristal, e muitos romeiros, seguidores de festas religiosas de comunidades tradicionais.

A comida dos viajantes era feita para durar muitos dias, por isso eram mais comuns as misturas a base de carne seca, feijão e farinha, com uso de sal e óleo, que além de temperar serviam como conservantes naturais. Arroz com feijão, pequi, galinha caipira, mandioca e carne cozida são alimentos bastante apreciados durante as festas tradicionais. A tapioca ou beiju também se faz, em meio ao preparo da farinha. Paçoca e feijão tropeiro também são algumas das heranças culturais desses tempos.

A influência das práticas dos povos indígenas e negros contribuiu para o uso e manejo de frutos, plantas e sementes do cerrado. A extração artesanal de óleos de cocos e palmeiras, como o babaçu, o buriti e o indaiá; a elaboração de doces e compotas, como o doce de buriti e doce de cajuzinho do cerrado; pequi, farinha de jatobá, castanha de baru caracterizam o uso sustentável de matéria-prima do cerrado, sabedoria ancestral e transmitida de geração a geração.

Nesse cenário, bem conhecido do povo goiano, a biodiversidade do Cerrado e a diversidade de manifestações culturais das comunidades se fundiram em modos próprios de fazer e viver. Nas celebrações realizadas no decorrer dos anos, o povo Kalunga demonstra a importância da terra e da plantação, comemorando o início dos plantios ou as bênçãos da colheita.

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Segundo Corsino e Arantes Neto (2000), no âmbito do patrimônio imaterial, a preparação das comidas está associada aos modos de fazer e às celebrações, assim como as músicas, danças, orações, vestuário e ornamentações, em decorrência dos ritos e festividades que envolvem as comunidades e suas tradições, como ocorre durante os festejos tradicionais da Chapada dos Veadeiros.

O que se comia e o que se come na Chapada dos Veadeiros?

O historiador Paulo Bertran (2000), numa abordagem sobre o Cerrado desde a pré-história, evidencia o uso de frutos como o pequi, a guariroba, o babaçu, a marmelada do campo, o bacupari, muricis, pitangas, araticum, gabirobas, ananás, buritis, entre outros, na alimentação de seus habitantes.

Segundo João de Deus Medeiros (2011), muitas dessas espécies, com certeza, fizeram e fazem parte da mesa dos habitantes da Chapada dos Veadeiros e de todo o povo goiano.

Há que se considerar, porém, as diferenças de comportamentos e as consequências dos impactos ambientais nos hábitos alimentares dos habitantes da região. Onde antes havia cerrado em pé, formaram-se grandes áreas de plantio, pasto e monocultura para o agronegócio, ocasionando muitas queimadas e desmatamentos e, consequentemente, a mudança das práticas habituais de preparo e consumo de determinados alimentos. Alguns animais tornaram-se raros e em risco de extinção, os rios também mudaram, o volume de água e os peixes tornaram-se mais escassos, alterando antigas práticas de caça e pesca.

Com o desmatamento, a coleta de frutos do cerrado foi reduzida e deu lugar à introdução de alimentos industrializados, causando a descontinuidade de alguns hábitos tradicionais e nos modos de fazer da população. Ainda assim, há alimentos que resistem na mesa dos goianos, como o toucinho, a mandioca e as tradicionais “quitandas”, compostas por biscoitos, pão de queijo, roscas e bolos, entre outros.

Um olhar sobre os povos da Chapada – Relato de Experiência

Em 2002 foi iniciado um projeto de implantação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), coordenado pela Fundação Pró-Natureza (FUNATURA), Organização Não Governamental (ONG) sediada em Brasília (DF) e para o qual fui convidada a integrar a equipe de execução, como produtora cultural e arte-educadora. A criação das RPPN foi planejada para propriedades localizadas no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e do Parque Nacional Grande Sertão Veredas (MG).

No intuito de sensibilizar e mobilizar os proprietários de terra a criarem as Reservas, entre 2002 e 2006 foram realizados eventos intitulados Encontros dos Povos da Chapada dos Veadeiros, promovidos pela FUNATURA, em parceria com as prefeituras e instituições locais da região.

Esses encontros reuniram grande número de moradores e visitantes da Chapada e foram idealizados como estratégia de mobilização dessas comunidades para a divulgação, esclarecimento e orientação sobre a criação e o estabelecimento de RPPN no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, bem como colaborar com a manutenção dos saberes tradicionais das comunidades, sua diversidade e autenticidade popular.

A maior relevância desses eventos foi colocar em pauta a relação entre a diversidade cultural e a biodiversidade do Cerrado, no intuito de valorizar as culturas tradicionais locais e promover a disseminação e troca de informações e conhecimentos ambientais, propiciando experiências únicas de valorização e difusão das culturas tradicionais populares e demonstrações de práticas de desenvolvimento sustentável.

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Com caráter itinerante, os Encontros dos Povos aconteceram nos municípios de Cavalcante (2002), Colinas do Sul (2003), São João D’Aliança (2004), Alto Paraíso (2005) e Teresina de Goiás (2006), tornando-se grandes difusores das culturas tradicionais populares da região. A imersão nesse e em outros projetos na Chapada dos Veadeiros me permitiu observar e conhecer um pouco dos hábitos, costumes, modos de fazer, celebrações e expressões culturais daquele lugar.

À frente da produção do Encontro dos Povos, passei a adentrar o interior dos municípios e comunidades da Chapada dos Veadeiros, onde pude lançar um olhar sobre as expressões e manifestações culturais, buscando identificar grupos, artistas e artesãos que quisessem participar, apresentando-se nos eventos ou levando seus produtos artesanais para expor em uma grande feira de produtos regionais e populares.

Quanto mais buscava conhecer a história e as personalidades das comunidades, mais memórias surgiam entre os moradores, que se encantavam com a possibilidade de relembrar e de compartilhar suas saudades e valorizar suas expressões culturais. O resultado dessa ação foi a realização de cinco Encontros dos Povos e a criação de três RPPN na Chapada dos Veadeiros.

Ainda como produtora cultural, em 2007 trabalhei na coordenação do Encontro de Culturas da Chapada dos Veadeiros, realizado anualmente na Vila de São Jorge. O Encontro resiste há aproximadamente 15 anos, revelando-se como um espaço de grande intercâmbio entre as comunidades, artistas do Brasil e do mundo e é voltado para a valorização das culturas tradicionais e populares.

Além desses eventos, atuei como produtora cultural e educadora ambiental no projeto Teia do Cerrado – Refazendo a Trama das Fiandeiras de Teresina de Goiás, entre 2008 e 2009, numa parceria entre a Associação Cultural Domínio Descendente (ACDD) e o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

O projeto Teia do Cerrado, durante algum tempo, promoveu a revitalização do ofício das fiandeiras em Teresina de Goiás, reunindo mulheres e suas rodas de fiar no galpão construído por Seo Josué, um mestre artesão da cidade, muito dedicado à manutenção dos saberes tradicionais. O projeto promoveu vivências entre as mulheres, que relembraram as técnicas rudimentares de fiação, tecelagem e tingimento das linhas de algodão com pigmentos naturais.

As vivências e convivências na Chapada dos Veadeiros me ofereceram a oportunidade de conhecer alguns de seus moradores e ter contato com a grande diversidade cultural e beleza ímpar da natureza daquele lugar. Visitei o território Kalunga em Cavalcante e Teresina de Goiás, estive em pequenas comunidades rurais e conversei com muitos moradores, passando a observar seus hábitos, tradições e modos de fazer.

Nos projetos em que atuei na Chapada dos Veadeiros foram gerados alguns vídeos que abordam a valorização das culturas tradicionais.

III Encontro dos Povos da Chapada dos Veadeiros, Goiás – AD Capetinga / Fundação Pró-Natureza FUNATURA 2005 – Disponível: https://www.youtube.com/watch?v= KrgPAbe6DmA

Festas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

Em meio ao cotidiano, as devoções do povo goiano encontram lugar nas festas e celebrações religiosas, onde é costume compartilhar as comidas e renovar a fé. A Chapada dos Veadeiros, além de significar um espaço de reserva do bioma cerrado - tão ameaçado pela expansão do agronegócio – caracteriza-se pela grande variedade de expressões e singelas formas de sociabilidade onde são valores permanentes o cultivo da memória, da ancestralidade e das festas religiosas, estando estes modos de vida amparados por toda uma constelação de causos, sonoridades, técnicas artesanais e lugares especiais.

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No caso da região de estudo deste projeto, nos deparamos com uma realidade ímpar: um ambiente natural com grande índice de preservação, berço de diversas expressões culturais vibrantes, manifestadas em celebrações, saberes, fazeres e linguagens musicais.

Período

Celebração

Localidade

Janeiro

Dia de Reis – Festa religiosa e regional

Em toda a Chapada

Dia de São Sebastião – Festa religiosa e regional

Distrito de Capela em Cavalcante e em São João d’Aliança

Abril

Dia de São Jorge – Festa religiosa

Distrito de São Jorge, em Alto Paraíso

Junho

Festa do Divino Espírito Santo – Festa religiosa

Alto Paraíso

Folia de São João – Festa religiosa

Território Kalunga, em Cavalcante

Julho

Caçada da Rainha – Festa religiosa regional

Colinas do Sul

Caçada da Rainha – Festa religiosa regional

Distrito de Fortes, em São João D’Aliança

Nossa Senhora Santana – Festa religiosa regional

Cavalcante

Agosto

Nossa Senhora da Abadia – Festa religiosa tradicional regional. Romaria e celebração do Império de Nossa Senhora da Abadia.

Romaria para o Muquém e Niquelândia. Vão de Almas, território Kalunga em Cavalcante.

Coração de Maria – Festa religiosa regional

Distrito de Córrego Maria, em Nova Roma

Setembro

Festa do Caju – Festa regional

Teresina de Goiás

Notas sobre um pequeno portfólio fotográfico

Durante os anos de 2002 e 2015 tive a oportunidade de transitar pelo espaço da Chapada dos Veadeiros, trabalhar, viver e conviver com seus moradores, observar o seu dia a dia e suas relações com o meio ambiente. Nesse contexto, compreendi que os hábitos alimentares dessa população estiveram e ainda estão ligados às influências culturais, religiosas e ao uso de frutos do cerrado.

Seja atuando profissionalmente como produtora cultural e educadora ambiental, seja habitando e convivendo com moradores, meu olhar sempre foi direcionado para singelezas e peculiaridades ímpares, aspectos que integram a paisagem e o universo cultural da Chapada dos Veadeiros.

Dessa forma, fico muito à vontade para apresentar e comentar algumas imagens capturadas ao longo dos anos, sem nenhuma pretensão de qualidade técnica, em momentos de trabalho ou de puro deleite pessoal na beleza desse lugar encantado e de referências culturais marcantes.

Comentários e Referências

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3. CONCLUSÃO

Na delimitação do universo da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, no âmbito de suas expressões culturais, celebrações e modos de fazer, existe grande associação com os usos de elementos da biodiversidade do Cerrado. Desdobramentos da memória e fazeres culturais podem ser observados no dia a dia dos moradores, que ainda utilizam frutos do cerrado em seus preparos culinários, apesar de fazê-lo em uma escala reduzida.

Na perspectiva da forte influência da produção industrial brasileira sobre o consumo de produtos alimentícios, compreende-se que as formas de feitio e consumo de alimentos sofreram modificações. Num contexto onde a oferta dos comércios locais cresceu e os hábitos das populações foram se modelando a essas novas realidades e modelos econômicos, os produtos artesanais ganharam outros significados, o que contribui para uma inversão de valores sobre os aspectos culturais da alimentação.

No âmbito do patrimônio imaterial, Corsino e Arantes Neto (2000) ressaltam as celebrações:

Nesta categoria incluem-se os principais ritos e festividades associados à religião, à civilidade, aos ciclos do calendário, etc. São ocasiões diferenciadas de sociabilidade, envolvendo práticas complexas com suas regras específicas de distribuição de papéis, a preparação e o consumo de comidas, bebidas, a produção de um vestuário específico, a ornamentação de determinados lugares, o uso de objetos especiais, a execução de música, orações, danças, etc. São atividades que participam fortemente da produção de sentidos específicos de lugar e de território. São exemplos festas como as de São Sebastião, do Divino Espírito Santo, de Iemanjá, de São João e o carnaval, que se realizam com variações em inúmeras regiões do Brasil (CORSINO; NETO, 2000).

Nesse sentido, uma revalorização das culturas locais em Goiás se esboça em alguns movimentos de resistência, mantendo vivas algumas tradições. Por trás de cada celebração tradicional, cada dança, rito, culinária, artesanato, saberes, fazeres, músicas e outras formas de expressão, estão lições de convivência na diversidade, tolerância e respeito às diferenças, formando nessa mistura o caldo cultural da identidade das populações das pequenas e singelas cidades da Chapada dos Veadeiros.

REFERÊNCIAS

BERTRAN, Paulo. História da terra e do homem no planalto central: eco-história do Distrito Federal – do indígena ao colonizador. 2. ed. Brasília, DF: Editora Verano, 2000.

CORSINO, Célia Maria; NETO, Antônio Augusto Arantes. Inventário nacional de referências culturais: manual de aplicação. Brasília, DF: IPHAN, 2000.

HERZOG, Patrícia; AZAMBUJA, Renata. A fantástica história dos caminhos da Missão Cruls. Brasília, DF: FUNATURA; Tríade, 2008.

MEDEIROS, João de Deus. Guia de campo: vegetação do Cerrado 500 espécies. Brasília, DF: MMA/SBF, 2011.

MOURA, Glória. Uma história do povo kalunga. Brasília:Secretaria de Educação/MEC, 2001.

Acesso ao site http://www.icmbio.gov.br/parnachapadadosveadeiros, em 13/05/2015